Capitulo 89 – Olhos de alma – Fanficiton – “The Dark Vampire”

“É dito que o sangue é mais grosso que a água. É o que nos define, nos une, nos amaldiçoa, para alguns sangue significa uma vida de riquezas e privilégios, para outros uma vida de servidão” – Filme “Dark Shadows”

Pouco tempo depois de ter chegada a sua casa Kaito recebeu um telefonema era Zero que lhe contou o sucedido, não podia acreditar no que tinha acontecido, deixou tudo e saiu, tinha que ver Kimi, tinha que ter a certeza que estava tudo bem com ela, a culpa de tudo isso só podia ser de uma única pessoa, Kuran Kaname.

Era assim que se sentia, culpado pela morte da sua namorada, continuava fechado no quarto junto dela, tinha de reagir, ela tinha uma família que necessitava de saber que ela tinha falecido, existia um funeral a ser realizado, iria fazer as coisas como o verdadeiro namorado que era para ela, arrecadando com todas as consequências se necessário.

Saiu um pouco, Aidou parecia preocupado com ele, mas apenas o ignorou, pediu a Ruka que prepara-se um vestido para Kimi, vesti-la e,arranja-se o seu cabelo, e se denotasse-se algum ferimento o encobrisse com maquilhagem e no fim ainda pediu que não contasse nada a ninguém.

Saiu até ao jardim a única flor que podia oferecer a Kimi era uma daquelas rosas, sabia que a alma da menina ficaria feliz ao sentir aquela fragância, olhava o céu cinzento pensando numa justificação para dar aos pais de Kimi sobre o sucedido, não podia contar a verdadeira versão, mas não tinha cabeça para pensar em qualquer estratagema, voltou para dentro, e ignorou todas as perguntas que lhe faziam, entrou pelo quarto, encontrando Kaito junto de Kimi, segurava a sua mão, e assim que avistou Kaname, só com o olhar tinha vontade de o matar.

_ A Kimi está morta por tua causa_ largou a mão dela, fitando Kaname.

_É mesmo_ Kaname acabava por aceitar o que Kaito disse_ Mas não fui em que a matei.

_Não foste mas foi como tivesses sido! Nunca devias ter-te aproximado dela, só a fizeste sofrer.

_ Mas eu acho que ela foi feliz em algum momento_ Não estava a mentir, sempre viu Kimi sorrir-lhe verdadeiramente_ Eu realmente a amava, não escolhe-se de quem se ama, pois não?

_Não de certo modo não._ Kaito acabou por concordar, Kimi sempre sorria quando via Kaname,  e se fosse uma escolha amar uma pessoa certamente a escolha de Kimi tinha sido a pior.

_ Se já disseste tudo podes sair_ Kaname abriu a porta para que Kaito saísse.

Saiu, mas ainda voltaria, respeitava Kimi e foi por isso que não se excedeu, mas mesmo respeitando-a não ficaria todo tempo calado.

Kaname fechou a porta assim que Kaito saiu, pousou a rosa sobre o peito da menina, pegou na sua mão beijando-lhe a palma, reparou que as marcas das suas presas não se encontravam mais na sua pele, olhou para o seu pescoço e também não existia nenhuma marca, talvez tivesse sido Ruka que as tivera disfarçado com maquiagem, mas ainda existia uma leve esperança em Kaname que fosse efeito regenerativo como de uma vampira.

Saiu apressado procurando  por Ruka apenas ela podia-lhe dizer se o que tinha visto era real, Ruka deu-lhe a confirmação, quando foi vestir a menina já não tinha visto nenhuma marca em sua pele, ainda tentou perguntar a Kaname o que se estava a passar pois como ela todos os outros vampiros queriam uma justificação. Mais uma vez ignorou por completo, voltou para o quarto sentando-se numa poltrona junto da cama, olhava a menina mais esperançado que nunca que ela fosse acordar.

A noite caiu, e Kaname continuou no mesmo lugar, como o tempo ainda não tivesse passado, mas a realidade era diferente Kimi não despertara, e seu coração não voltara a trabalhar, começou a desistir da ideia, levantou-se frustrado, pensado em ir falar com o diretor a cerca de como dar a noticia aos pais de Kimi.

Mas a noite trazia algo mais valioso, lentamente os lábios da menina tornaram a ganhar a sua tonalidade rosada, as suas maças do rosto ganharam uma ligeira cor avermelhada, a sua ferida cicatrizou, e de um momento para o outro os seus olhos abriram-se coloridos de um vivido vermelho, com a pupila colorida de preto, levantou-se com um sopro de vento e puxou a ponta do casaco de Kaname, ele voltou-se para trás, seu coração disparou ao ver a menina o olhar fixamente, sem dar qualquer palavra, abraçou-a num impulso, ouvindo agora aquele coração bater.

Kimi, sentia um crescente desejo por sangue,  ao despertar não existia mais nada na sua mente, assim que Kaname a abraçou, sabia o que fazer, suas presas cravaram o pescoço dele, saciando-se, ele entendeu, Kimi não era mais a sua menina frágil, era como ele, unidos por um laço de sangue difícil de ser quebrado, unidos na mesma maldição, para o resto da eternidade.

Saciada, os seus olhos voltaram a ser azuis, seu pensamento voltou a ter coerência, e olhado para Kaname, recordada tudo o que se tinha passado antes de ter ficado inconsciente, era como se perdesse as forças ao relembrar como fora brutalmente ferida, entrava em choque, enquanto Kaname olhava sereno a sua menina, segurando-a  em seu colo, e limpando o vestígio de sangue na boca de  menina cobrindo os seus lábios nos dela, de alguma forma era reconfortante sentir-se aquele beijo, revivia e continuava a sentir o mesmo amor de antes, mas a sua condição era diferente, não era mais humana e jamais estava grávida.

Não sabia o que dizer ou até mesmo pensar, sentia-se diferente fisicamente, mas a sua maneira de agir continuava igual, esperava que Kaname pudesse dizer-lhe algo, algo que ela ainda não tivesse descoberto.

Sentiu a mão de Kaname deslizar até ao seu ventre, podia imaginar o que lhe passava pela cabeça, mas não era capaz de o afirmar.

_ Kimi, era verdade?_ Aquele pergunta surgia pesarosamente e acabava por assustar Kimi.

_É eu estou grávida_ Seus olhos humedeceram incapazes de desviar a atenção de Kaname.

_Não estás mais_ fez uma feição no rosto da menina_ Não importa ainda te tenho a ti, foi uma sorte conseguir salvar-te.

Mas Kimi gritava que não em seu interior, como se ainda sentisse a presença daquela criatura dentro dela, a negar-lhe o que Kaname dizia, não podia aceitar essa realidade.